Prefeitura anuncia até sexta-feira reajuste na da tarifa de transporte urbano em Florianópolis
Na última quarta-feira, o prefeito da Capital, Dário Berger, confirmou que o preço da passagem deve ser alterado por conta do aumento salarial concedido aos trabalhadores do setor.
A tarifa pode passar de R$ 2,20 para R$ 2,45, para quem usa cartão. Quem paga com dinheiro pode ter de desembolsar até R$ 3,12, caso a prefeitura repasse o incremento nos custos do sistema somente para a tarifa. Os valores máximos foram definidos pelo Conselho Municipal de Transporte.
João Batista Nunes, disse que ainda não foi definido como o município absorverá o impacto do reajuste salarial. — Há a possibilidade do aumento acontecer tanto no valor do subsídio (repassado pela prefeitura às empresas) e na tarifa, ou só no subsídio, ou só na tarifa — explica Nunes, que vai se reunir nesta tarde com Berger para discutir o impasse.
Segundo Nunes, técnicos da prefeitura (secretaria de Finanças) e integrantes da Procuradoria do Município já elaboraram um relatório com as possibilidades que podem ser adotadas para evitar que a passagem sofra o reajuste de 11,5% — correspondente ao teto especificado pelo conselho municipal.
Ele garante que o possível aumento no valor do subsídio ou das passagens não irá refletir na margem de lucro das empresas. Com a definição do reajuste pela prefeitura, as novas tarifas podem começar a valer já no domingo.
Trabalhadores aceitam reajuste
Após três assembleias gerais realizadas na quarta, trabalhadores do transporte urbano da Grande Florianópolis aceitaram a proposta encaminhada pelo Sindicato das empresas (Setuf), de reajuste real de 2%, reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período (em março, ele fechou em 5,3%) e aumento de 10% no vale alimentação, que passou de R$ 310 para R$ 340.
— Tivemos que esperar até o final da última assembleia. Se eles não aceitassem a proposta, teríamos que voltar à estaca zero (...) Há 14 anos a cidade enfrenta grandes paralisações no transporte urbano nessa época do ano. Do ponto de vista econômico e social é traumatizante. Desta vez, adiantamos as conversas e já estudamos todas as possibilidades de forma pioneira. A boa notícia é a "má notícia". Nos outros anos houve paralisação e reajuste. Há quatro meses trabalhamos para que tenhamos um entendimento sem as paralisações — analisa o vice-prefeito.
Sintraturb e Setuf
O Sindicato dos Trabalhadores (Sintraturb) não programou reuniões para esta quinta-feira. Os sindicalistas aguardam a assinatura do acordo coletivo. Ate lá, não se descartam paralisações.
Já os representantes das empresas estão na expectativa pela definição do reajuste no preço das passagens pela prefeitura. O presidente do sindicato (Setuf), Waldir Gomes da Silva, espera que a alta chegue aos 11,5%.
Custo do real do sistema
O vice-prefeito reclamou das críticas que a prefeitura recebe na época das negociações envolvendo o transporte urbano. De acordo com ele, a atual administração trabalha para diminuir o déficit histórico do sistema — que de 2009 para 2010 passou de R$ 0,65 para R$ 0,28.
A passagem em partes(%):
A passagem em partes(%):
3,7% — impostos
42,5% — salários
13,1% — outros custos fixos (depreciação da frota e despesas administrativas)
30,6% — custo variável com a quilometragem rodada (combustível e similares)
A passagem em partes(R$):
Custo por passageiro: R$ 2,74
Custo por passageiro: R$ 2,74
Subsídio da prefeitura: R$ 0,15
R$ 4,8 milhões é a média mensal de passageiros transportados que pagam a passagem inteira.
Fonte: SETUF
Matéria Adap.: No Trajeto Fonte:CBN/DIÁRIO Imagem:Renato Aguiar/Diogo Carvalho
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